Blasted Mechanism: 30 anos de cosmos sonoro e revolução emocional no Coliseu do Porto
Escrito por All Stars Radio em 10 de Abril, 2025
A noite de 4 de abril de 2025,ficará marcada na mente de muitos fás de Blasted Mechanism, que no Coliseu do Porto acolheu um dos concertos mais esperados desde o regresso de Karvov a Portugal.
Os Blasted Mechanism celebram 30 anos de existência, com um espetáculo que foi muito mais do que música: foi uma experiência sensorial total, um ritual coletivo onde passado, presente e futuro se encontraram numa explosão de som, imagem e emoção, e juntou varias gerações de verdadeiros conhecedores da verdadeiras perolas musicais que a banda produziu.
Antes do universo Blasted tomar conta da sala, o palco foi entregue a Jazzy Moon, jovem cantora portuguesa de 22 anos, cuja atuação revelou uma presença intimista e uma sonoridade impressionante e bastante agradável, pena a sala “meia cheia”, que ainda se estava a compor.
Filha de Valdjiu, um dos fundadores da banda, Jazzy apresentou temas do seu álbum de estreia Words Left Unspoken, como “Bad Girl” e “Your Eyes”, navegando entre o pop acústico e o R&B com um toque etéreo e confessional, a sua voz suave e emocional preparou o terreno com sensibilidade, criando um contraste poético com o que viria a seguir — o caos organizado e sublime dos Blasted Mechanism.
Com a entrada da banda, o Coliseu transformou-se num verdadeiro portal interdimensional.
O alinhamento foi uma viagem no tempo: de clássicos como “Battle of Tribes” até à energética “Grab a Song”, que trouxe uma onda de nostalgia e o “nervosinho miudinho” aos fãs mais antigos. Mas foi com temas como “Really Happen”, “Blasted Empire” e a incontornável “Come With Us” que o público explodiu. A sala vibrou, literalmente, com mosh pits espontâneos, gritos, sorrisos e suor — tudo amplificado pelas aparições enérgicas de Valdjiu e Karkov, que saltaram para o meio da multidão, surfando a onda humana até ao pit num momento de comunhão pura e descomplicada.
Esse espírito tribal e quase caótico, que se tem diluído nos últimos anos em atuações mais contidas, regressou aqui em força — para gáudio dos fãs que há muito ansiavam por reviver a essência original da banda. Foi uma catarse coletiva.
O novo tema “Blasted Universe”, lançado recentemente, já era conhecido por muitos e foi bem acolhido, mostrando que a banda continua a produzir música relevante e vibrante. O momento alto da noite chegou com a mítica “Karkov”, tocada como big bang final após o encore, provocando um verdadeiro clamor de felicidade — um encerramento épico que deixou o público extasiado.
O regresso de antigos membros como Karkov e Winga não foi apenas simbólico, trouxe uma profundidade emocional rara e reforçou o sentido de família e continuidade no seio da banda, esta fusão de gerações no palco provou que o espírito dos “blasted heads” continua vivo e bem firme.
Críticas de todo o lado têm sido unânimes: os Blasted Mechanism mantêm-se na linha da frente da música portuguesa. A sua capacidade de fundir eletrónica, rock, música étnica e espetáculo visual continua a surpreender e a inspirar. Mais do que um concerto, este foi um testemunho de resistência criativa e reinvenção constante.
Este espetáculo no Porto foi apenas o primeiro de dois concertos comemorativos — o próximo acontece a 12 de abril, na Sala Tejo da MEO Arena, em Lisboa.
Mas quem esteve presente no Coliseu do Porto assistiu a algo irrepetível. Trinta anos depois, os Blasted Mechanism continuam a fazer aquilo que sempre souberam: desafiar a gravidade da norma e levar-o publico para outra dimensão.
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Fotos de David Rocha
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e opinião de Ubaldo Castro